Mais de 45 mil pessoas fazem diálise no Brasil, segundo SBN
A Doença Renal Crônica (DRC) ocorre quando os rins de uma pessoa não conseguem mais realizar suas funções, o que leva a um acúmulo de substâncias tóxicas e de líquido no organismo, além de um descontrole da pressão arterial. De acordo com o censo 2015 da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 45.073 pessoas fazem diálise no Brasil, tratamento que substitui a função dos rins.
Existem dois tipos de tratamento para a DRC. O tratamento conservador consiste em todas as medidas clínicas (remédios, modificações na dieta e estilo de vida) que podem ser utilizadas para retardar a piora da função renal, reduzir os sintomas e prevenir complicações ligadas à doença renal crônica.
Apesar dessas medidas, a doença renal crônica é progressiva e irreversível até o momento. Porém, com o tratamento conservador é possível reduzir a velocidade desta progressão ou estabilizar a doença. E o tratamento dialítico, que neste caso é conhecida como hemodiálise, que é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, fazendo o trabalho que o rim doente não pode fazer.
O procedimento libera o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, ureia e creatinina.
De acordo com a nutricionista da Santa Casa de Misericórdia Cachoeiro, Luisa Soncin, a principal recomendação nutricional para evitar que o quadro da DRC se agrave no tratamento dialítico é o controle da quantidade de energia, proteína, potássio, sódio, fósforo e líquidos que deve ser ingerida.
Quando falamos sobre a quantidade de energia e proteína, as recomendações são as mesmas de uma pessoa saudável, mas quando falamos em sódio, fósforo, potássio, e líquidos, essas recomendações são diferentes.
O controle do sódio e sua redução em doentes com DRC é muito importante, uma vez que a hipertensão arterial é uma das principais causas da doença, essa restrição não deve ser somente do sal, propriamente dito, aquele utilizado na cozinha, mas sim todos os alimentos que contenham sódio. A melhor maneira de sabermos corretamente o valor do sódio contido nos alimentos é olhando os rótulos.
O potássio é um dos eletrólitos que se acumula no sangue. O equilíbrio dos níveis de potássio deve exigir um cuidado especial por parte do Nutricionista, uma vez que a hipercalemia pode causar arritmia ou mesmo infarto do miocárdio. Exemplos de alimentos ricos em potássio são: batatas, aipim, inhame, abóbora, amendoim, banana, melão, água de coco, chocolate, café solúvel, entre outros.
A alteração do fósforo ocorre desde o início da DRC e por isso o acompanhamento clínico e nutricional destes doentes requer também a monitorização regular deste parâmetro. O controle do fosfato, do cálcio, da vitamina D, assim como do hormônio da paratiroide (PTH) é necessário e fundamental para prevenir a doença óssea renal e os problemas cardiovasculares. Assim, é frequentemente necessária a restrição do fosfato alimentar.
A perda da capacidade de concentrar a urina é um dos primeiros sinais de doença renal. À medida que a doença renal progride para uma fase terminal, por vezes verifica-se uma diminuição da capacidade em excretar os líquidos, levando à dificuldade em manter o débito urinário habitual. Em caso de edema ou hipernatremia (aumento da concentração plasmática de sódio), torna-se necessária a intervenção nutricional também no sentido de proceder à restrição de líquidos (por exemplo, substituir sopa líquida por um creme, ajustar a ingestão de água em função das perdas, limitar os volumes dos alimentos líquidos, entre outros).
Dessa forma é primordial o acompanhamento nutricional em todas as fases da doença. Não deixe de procurar um nefrologista e um nutricionista caso seus exames apresentem alguma alteração, principalmente na ureia e creatinina, que são os primeiros exames que mostram essas alterações renais.
Fonte/Créditos: Folha Vitória
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